VÓYISLAV KARÁNOVITICH
( SÉRVIA )
( Súbostsitsa, 1961- )
dramaturgo, ensaísta e poeta, já publicou sete livros, entre os quais Tacmamypa (Teclado, 1986),
CUH 3EM/be (Filho da Terra. 2000) e O hálito das coisas, 2005).
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Poesia Sempre Numero 29 Ano 15 / 2008 Editor: Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação BIBLIOTECA NACIONAL, 2008. 227 p.
Exemplar biblioteca Antonio Miranda
Nau
Teu belo dorso desliza pelas águas. Parece que
o rio
Está instalado um motor, e ele te move.
Com a calma veia existente...
Posso dizer: isso é uma nau.
Posso dizer: a nau navega pelo rio.
Ou leva-me daqui. Posso considerar-te
Símbolo, metáfora, tremor
Em minha consciência ou em minha língua. Descrever
O teu belo dorso, compará-lo
Ao corpo de um cisne.
E o som do motor posso considerar pena branca
Arrancada de um corpo que treme.
Deveria ser um prazer eu sentir-me
tranquilo e seguro
Porque estou em pé na margem imóvel.
Teu corpo desnudo desapareceu
Tremulando humilhado em sua nudez.
Não seria preciso sentir angústia, algo
turvo
Por causa da pena branca
Que flutua no ar, e por causa do rio
Subitamente ermo.
*
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Página publicada em setembro de 2024
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